terça-feira, 3 de abril de 2012

João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, mais tarde 1.º Visconde de Almeida Garrett (Porto, 1799 — Lisboa, 1854), escritor, dramaturgo, jornalista, orador, par do reino, ministro e secretário de estado honorário português, foi o grande impulsionador do teatro em Portugal, uma das maiores figuras do romantismo português. Garrett é um exemplo de aliança inseparável entre o homem político e o escritor, o cidadão e o poeta, foi ele quem propôs a edificação do Teatro Nacional de D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática.
Nascido no seio de uma família burguesa, parte com os pais em 1809, por altura da invasão francesa, para a ilha Terceira. Nos Açores recebe de um tio, Frei Alexandre da Conceição, Bispo de Angra, ele próprio escritor, uma sólida formação moral, cívica, religiosa e escolar.
Aos 17 anos regressa de novo ao continente para estudar Direito em Coimbra, tendo nesta cidade aderido às ideias liberais e começado a escrever algumas peças de teatro.
Em 1823, com a reacção miguelista da Vila-Francada, é obrigado a exilar-se em Inglaterra, onde inicia o estudo do Romantismo (inglês), e depois em França, onde se torna correspondente de uma filial da casa Lafitte. Dois anos mais tarde publica em Paris Camões, obra marcante para o Romantismo português.
No regresso a Portugal dirige os jornais O Português e O Cronista, mas conhece de novo o exílio de 1828 a 1832, voltando a Portugal com os bravos do Mindelo.
Após a guerra civil, é nomeado Encarregado de Negócios e Cônsul-Geral na Bélgica e aí estuda a língua e a literatura alemãs (Herder, Schiller e Goethe).
Passos Manuel, na chefia do Governo após a Revolução de Setembro de 1838, encarrega-o da restauração do teatro português, missão que leva a cabo criando, não só o Conservatório de Arte Dramática, mas igualmente a Inspecção-Geral dos Teatros e sobretudo o Teatro Nacional.
Almeida Garrett é provavelmente o escritor português mais completo de todo o século XIX. Publicou várias peças de teatro: Um Auto de Gil Vicente (1838), O Alfageme de Santarém (1841), Frei Luís de Sousa (1843), Falar Verdade a Mentir (1845), entre outras; romances: Arco de Santana (1845) e Viagens na Minha Terra (1846), assim como livros de poesia: Flores sem Fruto (1845) e Folhas Caídas (1853).

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